Tears for Fears é uma banda britânica de rock e new wave formada em 1981 por Roland Orzabal (voz e guitarra) e Curt Smith (voz e baixo). Fundada após a dissolução da primeira banda da dupla, Graduate, o Tears for Fears era inicialmente associado com as bandas de sintetizadores new wave do começo dos anos 1980, mas posteriormente o estilo se ramificou para o rock e o pop mainstream, que os levaram para as paradas de sucesso internacionais. A banda fez parte da Segunda Invasão Britânica nos Estados Unidos, dirigida pela MTV.

O álbum de estreia da banda, The Hurting, alcançou disco de ouro e primeiro lugar no UK Álbum Chart, enquanto seu segundo álbum, Songs from the Big Chair, alcançou primeiro lugar na Billboard 200 e o status de multi-platina no Reino Unido e nos Estados Unidos. Seu segundo álbum continha dois sucessos na Billboard Hot 100: “Shout” e “Everybody Wants to Rule the World”, que posteriormente ganharia o Brit Awards para Melhor Música Britânica em 1986.

Smith e Orzabal se separaram em 1991, após o lançamento de seu terceiro álbum The Seeds of Love em 1989, embora Orzabal tivesse mantido o nome Tears for Fears durante todo o restante da década de 1990. A dupla foi re-formada em 2000, e em 2004 lançou um novo álbum, Everybody Loves a Happy Ending. Desde 2013 o duo tem trabalhado em seu sétimo álbum. Até a data, Tears for Fears vendeu mais de 30 milhões de discos por todo o mundo.

Orzabal e Smith se conheceram ainda adolescentes na cidade de Bath, no sudoeste da Inglaterra, embora Orzabal fosse originalmente de Leigh Park, em Hampshire. A dupla se tornou músicos auxiliares da banda Neon, onde conheceram quem viria a ser o primeiro baterista do Tears for Fears, Manny Elias. Neon também contou com Pete Byrne e Rob Fisher, que no futuro formariam a banda Naked Eyes. O primeiro álbum profissional de Smith e Orzabal veio com a banda Graduate, um projeto mod revival/new wave. Em 1980, Graduate lançou um álbum, Acting My Age, e um single “Elvis Should Play Ska” (referindo-se à Elvis Costello, não Presley). O single perdeu o top 100 no Reino Unido, apesar de ter alcançado um bom desempenho na Espanha e Suíça.

Em 1981, Orzabal e Smith foram influenciados por artistas como Talking Heads, Peter Gabriel e Brian Eno. Eles se desligaram da Graduate e formaram uma banda chamada History of Headaches, que logo mudaram para Tears for Fears. O nome da banda foi inspirado na terapia primal, desenvolvida pelo psicanalista americano Arthur Janov, que ganhou enorme publicidade após John Lennon se tornar seu paciente em 1970. Em uma entrevista de 2004 para o canal VH1 do Reino Unido, Orzabal e Smith disseram que quando finalmente conheceram Janov em meados dos anos 80, ficaram desiludidos ao descobrir que ele havia se tornado popular demais no estilo “hollywood”, e queria que a banda escrevesse um musical para ele.

Como Tears for Fears, Orzabal e Smith dedicaram-se a formar o núcleo do grupo e trazer músicos para ajudá-los a completar o quadro. Nesse tempo eles conheceram o músico local Ian Stanley, que lhes ofereceu o uso gratuito do estúdio da sua casa. Stanley começou a trabalhar com o duo como tecladista e, após gravar duas demos, a banda assinou contrato com a Phonogram Records do Reino Unido em 1981, pelo empresário musical Dave Bates. Seu primeiro single, “Suffer the Children” (produzido por David Lord) foi lançado por essa gravadora em novembro de 1981, seguido pela primeira versão de “Pale Shelter” (produzida por Mike Howlett) em março de 1982, embora nenhum desses lançamentos tivessem sido bem sucedidos.

O primeiro sucesso da banda veio com o seu terceiro single, “Mad World”, que alcançou o terceiro lugar no Reino Unido em novembro de 1982. Seu primeiro álbum, The Hurting, foi lançado em março de 1983. Para esse LP (e o próximo), o tecladista e compositor Ian Stanley e o baterista Manny Elias foram considerados membros efetivos da banda, ainda que Smith e Orzabal eram essencialmente os vocalistas e rostos públicos da banda.

O álbum, produzido por Chris Hughes e Ross Cullum, apresentou canções baseadas em guitarras e sintetizador com letras que refletiam a amarga infância de Orzabal. The Hurting pode ser considerado o único álbum verdeiramente conceitual do Tears for Fears, uma vez que referências ao sofrimento emocional e a terapia do grito primal são encontradas em quase todas as músicas. O álbum por ele mesmo foi um grande sucesso e teve uma longa ascensão nas paradas de sucesso (65 semanas) no Reino Unido, onde alcançou o primeiro lugar e título de platina. O álbum também alcançou o top 20 em vários outros países e produziu os singles de sucesso internacional “Mad World” (top 5 nas Filipinas e África do Sul), “Change” (top 40 na Austrália, Canadá, Irlanda, Israel, Itália, Holanda, Filipinas, Polônia e África do Sul), e uma regravação de “Pale Shelter” (top 10 nas Filipinas). Todos esses três singles alcançaram o Top 5 no Reino Unido.

Após The Seeds of Love, Orzabal e Smith tiveram um amargo desentendimento e se separaram em 1991. A separação foi atribuída à complexa mas frustrada abordagem de produção de Orzabal, e no desejo por parte de Smith de diminuir o ritmo de trabalho (antes do lançamento de The Seeds of Love, o casamento de Smith também chegou ao fim). Outro fator referente à separação foi o gerente da banda, Paul King, que declarou falência em 1990 e mais tarde foi condenado por fraude. A dupla assinou contrato com a King’s Outlaw Management Agency em 1982, e se manteve cliente da mesma por todo o resto da década (a agência também gerenciou o fã clube da banda, o Tears for Fears World Service, entre 1983 e 1986).

Porém, no final dos anos 1980, a agência contraiu uma dívida séria e, depois de algumas discrepâncias serem descobertas na gestão financeira de King, Orzabal se tornou cada vez mais preocupado de que Smith estava relutante em deixar de ter King como gerente da banda. Após se tornar foragido em 1990 com débitos de quase 1 milhão de dólares, a falência de King estava declarada. Em 2004, seguido de atividades fraudulentas com seus outros negócios, King foi processado por fraude e preso por três anos e meio, assim como também foi desqualificado para exercer o cargo de diretor de empresas por dez anos.

Em maio de 2013, Smith confirmou que ele estava compondo e gravando novo material do Tears for Fears com Orzabal e Charlton Pettus. De acordo com Orzabal, eles tem produzido músicas de maneira mais obscura, com peças mais dramáticas. “Há uma faixa que é uma combinação de Portishead e Queen. É loucura.”, Orzabal disse. Em agosto de 2013, Tears for Fears lançou seu primeiro material recém-gravado após quase uma década, com um cover do Arcade Fire, “Ready to Start", disponibilizado no SoundCloud. Em 2014, a faixa foi incluída numa edição limitada de um EP de vinil com 3 faixas de 10’’ que a banda chamou de “Ready Boy & Girls?”, lançado exclusivamente para o Record Store Day, que também contava com covers de Hot Ship, “Boy From School”, e Animal Collective, “My Girls”. Todas as três músicas foram gravadas enquanto a banda trabalhava em seu sétimo álbum de estúdio. Em uma entrevista para a BBC Radio Devon em outubro de 2014, Orzabal declarou que a banda agora assinou um contrato com a Warner Music Group, e que cerca de 5 ou 6 músicas tinham sido concluídas para o novo álbum.

Para comemorar o 30º aniversário do álbum de estréia da banda The Hurting, a Universal Music relançou em outubro de 2013 em duas edições deluxe (uma com um disco duplo e outra com um box contendo 4 discos e um DVD do show de 1983 “In My Mind’s Eye”). Edições deluxe do segundo álbum da banda, Songs From the Big Chair também lançadas em 10 de novembro de 2014, incluindo um box com 6 discos que contava com várias raridades e dois DVDs.